terça-feira, 2 de agosto de 2011

It All Ends...


Existem filmes que nos despertam sentimentos contraditórios: por um lado vamos contanto todos os segundos até à estreia mas, por outro lado desejamos que essa data não chegue porque a mesma simboliza o fim de algo e no caso de Harry Potter, significa o fim de uma mágica e inesquecível aventura cujo sentimento de perda se torna ainda mais intenso. Ao todo foram 10 anos repletos de momentos emocionantes em que pudemos constatar o quanto as “nossas personagens” cresceram não só fisicamente mas, principalmente emocionalmente e nesta segunda parte esse crescimento foi ainda mais notório. O trio de protagonistas está realmente de parabéns pelo seu percurso ascendente, bem como o restante elenco: Ralph Fiennes (que declarou publicamente não ser admirador dos livros), parece finalmente ter entendido a essência daquele “cujo nome não deve ser pronunciado”, Alan Rickman está simplesmente magistral a conseguir ilustrar na perfeição toda a complexidade da sua personagem, a interpretação doentia de Helena Bonham Carter é sempre um colírio para a vista, Maggie Smith infelizmente aparece pouco mas, faz render cada minuto em cena e o mesmo se pode dizer do restante elenco secundário. Aliás, um dos grandes trunfos do filme é precisamente o destaque que consegue conferir a personagens secundárias sem nunca perder o foco dos seus protagonistas. No entanto, não é só a nível das personagens e respectivos actores que a evolução se faz sentir. Ao longo dos anos temos vindo a assistir a todo um aprimoramento visual que claramente atinge aqui o seu auge: belíssima direcção de arte, majestosa fotografia do “nosso” Eduardo Serra a conseguir equilibrar na perfeição todo um jogo de luz e sombras e a banda sonora imponente de Alexandre Desplat. Tudo isto aliado a um sólido argumento executado com grande mestria por parte de David Yates, resulta claramente num produto vencedor e sobretudo numa maravilhosa despedida a este inesquecível mundo mágico.

O melhor: Alan Rickman e o seu Severus Snape, a curta The Tale of The Three Brothers(continua a ser um dos melhores aspectos mas, é da Parte 1 ;), o crescimento de Longbotton, a batalha de Hogwarts, a forma como Yates consegue explorar e desenvolver tão bem a principal temática deste desfecho e principalmente o inevitável triunfo do bem sobre o mal.
O pior: A despedida de algumas personagens merecia uma carga emocional mais intensa, a falta de emoção em alguns dos embates mais esperados e sobretudo o sentimento de perda que permanece depois do “The End”;
Ideal para: todos aqueles que acreditam na magia.

Imagem: Impawards

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