ATENÇÃO: O texto pode conter SPOILERS para quem ainda não viu o filme.
Imagem: impawards
"Blue Valentine" é uma ilustração dolorosa e marcante de uma história de amor inacabada...uma história de amor que tinha tudo para resultar mas, como tantas outras coisas nesta vida, acaba por terminar prematuramente. À primeira vista o trabalho de Derek Cianfrance não traz nenhuma nova visão a uma trama que já foi abordada inúmeras vezes em Cinema. No entanto, é impossível ficar indiferente à forma simples e genuína deste "Blue Valentine", o que muito se deve ao desempenho dos seus protagonistas nomeadamente, Michelle Willians e Ryan Gosling ambos com interpretações viscerais. A primeira está estonteante a conseguir equilibrar na perfeição a doçura do passado com a amargura do presente e tenho mesmo que confessar que a minha preferência por Natalie Portman no próximo Domingo ficou profundamente abalada, já o segundo presenteia-nos com mais uma interpretação de tirar o fôlego, no papel de um marido inconsequente e sem ambição, cujo único sonho é viver feliz ao lado da mulher e da filha. É legítimo afirmar que estamos perante um filme de actores pois, Williams e Gosling são de facto a alma do filme. A química entre ambos é tao intensa ( antes das filmagens os actores viveram juntos durante um mês de forma a garantir o maior realismo possível), que a um determinado momento esquecemo-nos que estamos a assistir a um mero filme e passamos a sentir e a viver toda a infelicidade daquele casal. No entanto, é injusto retirar o mérito à forma como Cianfrance nos vai guiando pela história, através de um fantástico jogo de câmaras e cores: um azul frio e melancólico no presente que se destaca ainda mais na cena do motel, em contraste com as cores quentes do passado que lhe dão aquele toque perfeito de nostalgia. Concluindo, "Blue Valentine" é um daqueles filmes que deixa a sua marca e que dificilmente me sairá da memória nos próximos tempos, quanto mais não seja, para me lembrar do quão efémera pode ser a felicidade.
Imagem: impawards
3 comentários:
ainda bem que o texto não está na mesma língua que o poster apresenta :)
João: Eu também gotei de tudo. E esqueci-me de referir a OST, como bem referes, que é também uma das grandes mais-valias desta "pequena" maravilha cinéfila.
Tadeu: Eu adoro esta foto e na minha fonte de cartazes (o Impawards) só tinha nesta versão. Teve mesmo que ser :D
Que texto fabuloso Anita.
Vi o filme motivada pela tua própria motivação, que ao longo dos últimos meses foste falando dele e da tua curiosidade. Gostei muito, adoro filmes de actores, que precisam de muito pouco para contar uma história e para gerarem em nós as nossas próprias histórias.
É por tudo isto que este será sempre um dos meus blogues preferidos e uma visita diária e obrigatória.
Muito obrigada... MESMO
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