Confesso que me tenho surpreendido com algumas críticas negativas sobre o novo trabalho de James Cameron, que recaem essencialmente sobre o argumento do filme.
Estou inteiramente de acordo com o facto de o argumento não trazer nada de novo e estar repleto de clichés: temos a eterna luta do bem contra o mal, a história de amor impossível e também as habituais indecisões e problemas de consciência dos personagens mas, não considero de todo que estejamos perante um argumento fraco.
Além do mais, o deslumbramento visual que Cameron nos presenteia permite-nos criar com Pandora, uma relação emocional que supera largamente a sua narrativa imperfeita. O nível de detalhes utilizados é tão impressionante e breathtaking, que é impossível encontrar palavras para descrever essa maravilha.
Por outro lado, a fantástica preparação dos actores, onde cheguei de facto a pensar que Worthington era realmente um paraplégico, também contribui bastante para o sucesso do filme. Weaver está como sempre igual a si própria, um verdadeiro espanto, e a bela Zoe Saldana também consegue surpreender pela positiva.
Contudo, falando ainda nos personagens, apesar de os humanos serem os grandes vilões do filme, há um personagem que assume inteiramente esse papel e é aqui que reside a minha única desilusão com Avatar. Infelizmente o coronel Miles não consegue ser um vilão carismático, daqueles que entra directamente para a história do cinema. Nunca se chega a perceber realmente as suas verdadeiras motivações, a não ser o prazer da destruição alheia e para mim não existe nada mais frustrante do que um vilão sem carisma.
No entanto, e como já referi anteriormente estas falhas são largamente superadas pelo deslumbramento visual com que somos presenteados.
Assim, Avatar pode não ser o melhor filme do ano e muito menos da década mas, é sem dúvida alguma o filme que me proporcionou uma das melhores sensações que já tive oportunidade de sentir numa sala de cinema e isso, felizmente é algo que eu não vou esquecer nos próximos tempos.
Imagem: reprodução
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