domingo, 25 de janeiro de 2009

Vicky Cristina Barcelona (2008)

Depois de tanto tempo de espera finalmente estreou entre nós o muito aguardado novo trabalho de Woody Allen que desta vez tem como cenário a alegre e colorida cidade de Barcelona. O filme conta-nos a história de duas amigas, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johanson), a primeira extremamente conservadora e a segunda pelo contrário caracteriza-se pelo seu estilo de aventureira. Numa noite conhecem Juan Antonio (Javier Barden), um pintor consagrado e cheio de pinta que demonstra um interesse amoroso em ambas. É a partir daqui que o filme verdadeiramente começa, com Allen a fazer aquilo que melhor sabe: explorar a irracionalidade e os fascínios de um relacionamento amoroso em todas as suas vertentes  mas, desta vez ao invés do tom dramático usual, opta por uma vertente mais leve simplificando ao máximo os sentimentos dos personagens.
No que diz respeito às interpretações o trio protagonista cumpre na perfeição mas, apenas uma personagem consegue se destacar e ela dá pelo nome de Maria Elena, numa interpretação sublime e inspiradora de Penélope Cruz. Pode-se mesmo dizer que o filme pode ser dividido em duas partes: antes de Maria Elena e depois da sua entrada em cena e, claramente a segunda parte sobrepõe-se à primeira. A fotografia do filme é igualmente irrepreensível e, mesmo que desta vez Barcelona não tenha conseguido impôr-se na fita como um interveniente, como sucede com NY ou mesmo Londres, é impossível não ficar com um desejo de lá  voltar depois de assistir este filme.
Contudo, o que mais apreciei foi o seu final pois, apesar de estarmos perante uma fita extremamente divertida, onde saímos da sala de cinema com um sorriso no rosto, a sequência final acaba por ser bastante triste pois, concluímos que toda esta aventura em Barcelona não surtiu nenhuma mudança no comportamento das protagonistas: ambas se apaixonam, ambas vivem uma aventura inesquecível mas, no final ambas voltam à realidade triste das suas vidas: Vicky continua presa numa relação insatisfatória e Cristina continua sem saber aquilo que pretende para si e é nesta dicotomia que o filme tem a sua grande mais-valia (a par claro da grande interpretação de Cruz).
Concluindo, Vicky Cristina Barcelona não representa o regresso de Woody Allen aos grandes filmes mas, traduz inequivocamente um momento inspirado deste fantástico realizador, que nos presenteia assim com um filme delicioso e colorido, que transpira arte e inspiração. Uma verdadeira lufada de ar fresco.

10 comentários:

Marisa disse...

Vi o filme ontem e, de facto, não me entusiasmei tanto com ele. É um bom filme mas está muito longe dos melhores. O final desapontou-me. É demasiado parecido com a vida real. Afinal quantas pessoas vivem aventuras e, no fim, têm medo de largar tudo?

Prefiro filmes com finais diferentes dos da vida real. À excepção dos que são baseados em histórias verdadeiras como A Troca, que quero mesmo muito ver.

Lize disse...

Quero ver este filme :)


Beijocas :)

LMS disse...

Eu dou 100 * à banda sonora!!
Um espectáculo!!

Adorei!

Anita disse...

LMS: também gostei bastante!!!

Lize: não percas:) nem que seja em dvd:)

Marisa: Mas, os melhores filmes do Allen são sempre pautados por essa proximidade da vida real e da sua dimensão trágica:) Este não é um dos melhores deste realizador mas, eu gostei muito!!

Unknown disse...

Muito bom de facto. Um filme como so Woody Allen podia fazer. E acho que tem muitos traços parecidos com Manhattan :p

Bj

tickets4three disse...

Tem um elenco fantástico e pelo que temos lido parece ser mesmo um filme em que vale a pena investir.

beijokinhasssss

Catarina Ferreira disse...

Quero ver quero :)

beijnho

Anónimo disse...

Adorei o filme!!! Primeiro porque é passado na minha querida Barcelona... depois porque passa por Oviedo... tem um elenco de luxo e porque em tempos fui a Vicky ;) e agora ando meia Cristina!!!

Em Espanha já estreou há uns meses, e foi um serão bem divertido!!! :)

Beijinhos!!

Maria João

Unknown disse...

Como fã de Woody Allen, este último filme acabou por me desiludir. Longe da acutilância e inteligência de "Match Point".

Anita disse...

Fifeco: só o associei ao Manhattan depois de ler a tua crítica mas, confesso que quando o vi lembrei-me mais do Melinda,Melinda:)

Tickets: vale sim..não podem perder:)

Maria João: eu lembro-me de teres escrito sobre ele na altura:)) gostei muito também:) Oviedo é que ainda não conheço mas, fiquei cheia de vontade de dar á um salto!!

Victor Afonso: também sou uma grande apreciadora do Allen e sim concordo que este está longe dos seus grandes clássicos mas, mesmo assim entretém muito bem!!!